SECA
O
alerta dado pela Associação dos Prefeitos do Estado do Ceará (Aprece) de que 25
municípios estão correndo o risco de colapso no abastecimento de água até
novembro deste ano provocou novas críticas de oposicionistas e até de aliados
ao governador Cid Gomes, ontem, na Assembleia Legislativa. Para os deputados
ouvidos, o Governo do Estado foi "omisso", pois a estiagem foi
prevista com antecedência, e investiu em políticas erradas de combate aos
efeitos da seca.
Conforme
mostrou o Diário do Nordeste em sua manchete principal de ontem, a Aprece
alertou que 25 municípios poderão entrar em colapso nesse semestre, em razão da
falta de poços profundos e da diminuição do nível dos açudes cearenses, alguns
com menos de 20% da capacidade total de armazenamento e outros que devem
atingir o chamado "nível morto" (considerado quando a água se torna
inutilizável para seres humanos e animais).
Correligionária
do governador, a deputada Mirian Sobreira (PSB) lembra que os parlamentares já
vinham avisando da possibilidade de colapso há bastante tempo. Isso porque, de
acordo com ela, órgãos do Governo já tinham previsto a estiagem. "Nós
insistimos muito que a perfuração de poços profundos era a melhor saída",
afirmou, ressaltando que fez diversos requerimentos, pedindo a instalação de
poços, bem como a compra de 21 máquinas perfuratrizes.
Mirian
Sobreira comentou que, atualmente, há apenas sete equipamentos desses no
Estado, dos quais dois estão quebrados - o que é insuficiente para atender a
demanda de aproximadamente 1.500 poços, conforme aponta a parlamentar. A
deputada afirmou que a ideia era de que o Estado doasse as máquinas
perfuratrizes e os municípios arcassem com os custos de instalação, funcionamento
e manutenção das máquinas e dos poços.
Cisternas
A
pessebista atenta que, ao contrário da proposta, o Executivo Estadual priorizou
a instalação de cisternas, o que, para ela, é a "política errada" em
um momento de emergência. "Para você ter uma ideia, em Crateús, a
instalação de um poço para atender 20 famílias custou R$ 10 mil. Já cada
cisterna, que só atende uma família, custa R$ 5 mil. Se a gente calcular só
essas 20 famílias, o valor gasto (R$ 100 mil) seria dez vezes maior do que o de
um poço", comparou.
Fonte: Diário do Nordeste / Foto: Maximo Moura
Nenhum comentário:
Postar um comentário