sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Falta máquina para cavar poço

SECA
O alerta dado pela Associação dos Prefeitos do Estado do Ceará (Aprece) de que 25 municípios estão correndo o risco de colapso no abastecimento de água até novembro deste ano provocou novas críticas de oposicionistas e até de aliados ao governador Cid Gomes, ontem, na Assembleia Legislativa. Para os deputados ouvidos, o Governo do Estado foi "omisso", pois a estiagem foi prevista com antecedência, e investiu em políticas erradas de combate aos efeitos da seca.

Conforme mostrou o Diário do Nordeste em sua manchete principal de ontem, a Aprece alertou que 25 municípios poderão entrar em colapso nesse semestre, em razão da falta de poços profundos e da diminuição do nível dos açudes cearenses, alguns com menos de 20% da capacidade total de armazenamento e outros que devem atingir o chamado "nível morto" (considerado quando a água se torna inutilizável para seres humanos e animais).

Correligionária do governador, a deputada Mirian Sobreira (PSB) lembra que os parlamentares já vinham avisando da possibilidade de colapso há bastante tempo. Isso porque, de acordo com ela, órgãos do Governo já tinham previsto a estiagem. "Nós insistimos muito que a perfuração de poços profundos era a melhor saída", afirmou, ressaltando que fez diversos requerimentos, pedindo a instalação de poços, bem como a compra de 21 máquinas perfuratrizes.

Mirian Sobreira comentou que, atualmente, há apenas sete equipamentos desses no Estado, dos quais dois estão quebrados - o que é insuficiente para atender a demanda de aproximadamente 1.500 poços, conforme aponta a parlamentar. A deputada afirmou que a ideia era de que o Estado doasse as máquinas perfuratrizes e os municípios arcassem com os custos de instalação, funcionamento e manutenção das máquinas e dos poços.

Cisternas

A pessebista atenta que, ao contrário da proposta, o Executivo Estadual priorizou a instalação de cisternas, o que, para ela, é a "política errada" em um momento de emergência. "Para você ter uma ideia, em Crateús, a instalação de um poço para atender 20 famílias custou R$ 10 mil. Já cada cisterna, que só atende uma família, custa R$ 5 mil. Se a gente calcular só essas 20 famílias, o valor gasto (R$ 100 mil) seria dez vezes maior do que o de um poço", comparou.

Fonte: Diário do Nordeste / Foto: Maximo Moura

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