O segundo expediente da
sessão plenária da Assembleia Legislativa desta sexta-feira (11/10) foi
dedicado ao movimento Outubro Rosa. Atendendo a proposição da deputada Mirian
Sobreira (Pros), o médico Luiz Gonzaga Porto Pinheiro, chefe do Serviço de
Mastologia da Maternidade Escola Assis Chateubriand e do Hospital das Clinicas,
e responsável pelo Grupo de Educação e Estudos Oncológicos da UFC apresentou
ações de prevenção e atendimento ao câncer de mama no Estado.
O evento, que contou também
com as participações das deputadas Rachel Marques (PT), Eliane Novais (PSB) e
Inês Arruda (PMDB), foi aberto pela deputada Mirian Sobreira. A parlamentar
informou que Assembleia aderiu totalmente à campanha Outubro Rosa, usando a cor
rosa em suas dependências. Ela salientou que ao longo da próxima semana haverá
vários pronunciamentos realizados pelas deputadas, abordando o tema câncer de
mama e, durante todo o mês, serão realizadas atividades de esclarecimento à
população.
Mirian ressaltou que no próximo
dia 25 haverá uma sessão solene para homenagear todas as entidades que trabalham
com a prevenção e tratamento de câncer de mama, e, no próximo dia 29,
acontecerá uma audiência pública para também debater o tema com as pessoas e
entidades envolvidas no combate à enfermidade.
O médico Luiz Porto
Pinheiro, durante a sua exposição, remontou a luta contra o câncer de mama, em
1979, quando ele chegou ao Instituto Nacional do Câncer. Naquela época, segundo
ele, a maioria dos casos era incurável, porque não era diagnosticado
precocemente. Assim, foi criado um trabalho preventivo, treinando quatro mil
professoras para levar esclarecimento à população. Mas os ganhos tinham sido
pouco, conforme afirmou o médico.
A partir dessa situação,
ficou decidido se investir na formação de quadros, sendo criada a disciplina de
oncologia na Faculdade de Medicina. “A luta tem seguimento com a instauração do
Comitê Estadual de Controle de Câncer, em 2007, através do Instituto Nacional
do Câncer. Naquele ano foram realizados só 8.500 monografias, para uma
população de mais de 600 mil mulheres com idade superior a 50 anos do Estado,
quando todas deveriam ser avaliadas”, informou.
Câncer
Entre os fatores que
concorrem para a incidência de câncer de mama, o médico apontou o fato de o
Ceará ser o estado brasileiro mais endogâmico do país. “As relações de
consanguinidade nas relações propiciam o aparecimento dessa enfermidade”,
explicou.
Outros fatores que aumentam
o risco de câncer de mama, segundo o médico, são o uso de hormônios após a
menopausa, poucos filhos e a obesidade. “É urgente que se lute contra o sobrepeso
de 60% dos cearenses. Também é importante a atividade física, pelo menos três
vezes por semana”, recomendou.
Outras ações que devem ser
tomadas, conforme explicou, são a prevenção do alcoolismo, redução do consumo
de carne vermelha, e diagnóstico precoce, disponibilizando mamografia para
todas as mulheres, com mais de 50 anos. “Porém os mamógrafos existem, mas estão
com pouca demanda porque as mulheres não buscam o atendimento. Mulheres têm
medo da mamografia, do diagnóstico, e até de perder o cabelo em uma terapia”,
disse.
Fonte: Agência de Notícias da Assembleia / Fotos: Paulo Rocha e Máximo Moura