Mais de
200 agentes penitenciários participaram, na tarde desta terça-feira (26/03), de
audiência pública na Assembleia Legislativa para cobrar a nomeação dos agentes
que foram treinados e capacitados no curso de formação de 2012 e discutir a
situação da categoria no Ceará. O debate atendeu a requerimento do deputado
Ferreira Aragão (PDT).
A presidente da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço
Público da Assembleia, deputada Mirian Sobreira (PSB), falou sobre a carência
de agentes penitenciários no Estado. De acordo com números apresentados por
ela, existem atualmente cerca de 1.400 agentes penitenciários no Ceará, para
mais de 18 mil detentos.
“A
exigência da Organização Internacional do Trabalho defende que para cinco
detentos exista uma agente. No entanto, no Ceará, essa proporção é de 30 presos
para cada agente. A carência é absurda”, enfatizou.
Ainda
segundo a deputada, outro fator agrava a situação da violência no Estado:
atualmente, cerca de 950 Policiais Militares trabalham como agentes
penitenciários, tirando o contingente da rua e contribuindo para o aumento do
número da criminalidade.
O
deputado Ferreira Aragão afirmou que tentará, junto ao Governo do Estado, abrir
uma negociação para resolver o problema, que envolve a nomeação de quase mil
aprovados no último concurso realizado pelo Estado.
Já o
vice-líder do Governo na AL, deputado Augustinho Moreira (PV), informou que, na
última quarta-feira (20/03), o Estado empossou 800 agentes penitenciários.
Segundo ele, já foram investidos R$ 186 milhões na criação de vagas prisionais,
com a construção de três novas casas de custódia, um presídio (Pacatuba), uma
unidade dedicada aos presos militares, além de 14 cadeias públicas pelo
Interior.
Ainda
de acordo com Augustinho, hoje o efetivo de agentes penitenciários passa a ser
de 1.486 pessoas, sendo que destes, 1.261 foram nomeados na gestão Cid Gomes.
O
presidente do Sindicato dos Agentes e Servidores do Sistema Penitenciário do
Estado do Ceará (Sindasp/CE), Valdemiro Barbosa, destacou a violência dentro
dos presídios, apontando a morte de 12 detentos em apenas nove dias.
Ele
falou sobre as diversas funções que os agentes precisam exercer, como
vigilância e atendimento, para minimizar a ausência da categoria. “A nomeação
desses quase mil novos agentes representa, além de mais segurança, a diminuição
das irregularidades dentro dos presídios”, afirmou.
Valdemiro
propôs ainda aos deputados uma visita às Casas de Privação Provisória de
Liberdade (CPPLs) para que a situação, tanto de falta de efetivo como de
infraestrutura, seja presenciada, e um relatório de inspeção sobre o sistema
penitenciário do Ceará seja desenvolvido.
Também
participaram da audiência o promotor de Justiça, Silvio Lúcio Conrado, e os
deputados Lula Morais (PCdoB) e Leonardo Pinheiro (PSD). Augustinho Moreira
(PV).
Fonte:
Agência de Notícias da Assembleia / Foto: Paulo Rocha