Os
riscos da automedicação e a aprovação do projeto de lei do Conselho Federal de
Farmácia, que regulamenta a prescrição farmacêutica foram discutidos na tarde
de quinta-feira (31/10) na Assembleia Legislativa do Ceará. O debate foi
proposto pela deputada Mirian Sobreira (Pros). Ela afirmou que o objetivo do
debate é alertar a população sobre os riscos da automedicação, além de
apresentar à sociedade o referido projeto.
“Queremos
contribuir para que o número de casos de automedicação diminua. Vamos trabalhar
também para esclarecer os pontos desse projeto. As pessoas precisam entender
que remédio também pode ser um veneno para a saúde, caso seja usado sem
orientação”, destacou a deputada.
Durante
o debate, o professor de Farmácia da Universidade Federal do Ceará (UFC) e
membro do Grupo de Prevenção ao Uso Indevido de Medicamentos da UFC, Paulo
Sérgio Arais, afirmou que as intoxicações causadas pela automedicação ficaram
em primeiro lugar nos atendimentos realizados pelo Centro de Assistência
Toxicológica do Instituto Doutor José Frota (IJF) nos últimos dois anos.
“De
acordo com os dados colhidos no IJF, 28% das pessoas atendidas por intoxicação
ingeriram medicamentos de forma errada, exagerando na dosagem. Os dados também
apresentam seis óbitos causados pela automedicação”, destacou.
Paulo
Sérgio também afirmou que as cargas de medicamentos são as segundas mais
roubadas no Estado, ficando atrás apenas dos eletrodomésticos, e que esses
remédios, inclusive os controlados e de tarja preta, são vendidos por um preço
abaixo do mercado e sem precisão médica em locais públicos da cidade. “Nosso
medo é com essas vendas clandestinas sem nenhuma orientação. Com a aprovação do
projeto de regulamentação da prescrição farmacêutica, essa procura clandestina
tende a diminuir e campanhas de conscientização ganharão força”, esclareceu.
O
presidente da Associação dos Farmacêuticos do Estado, Luis Cláudio Mapurunga,
esclareceu que, pela proposta, a prescrição farmacêutica deve acontecer pela
seleção de terapias farmacológicas e não farmacológicas, além de outras
intervenções relativas ao cuidado do paciente. As terapias farmacológicas
incluem os medicamentos isentos de prescrição médica, as plantas medicinais, as
drogas vegetais e os fitoterápicos também isentos de prescrição. “Vinte e cinco
mil pessoas morreram no Brasil por intoxicação com automedicação, temos que
trabalhar para diminuir esse número”, frisou.
Para
o diretor executivo do Conselho Regional de Farmácia, Jacó Albuquerque, para
que o projeto seja implantado em sua totalidade, os órgãos competentes precisam
se preocupar com a especialização dos profissionais, desde a faculdade até o
mercado de trabalho, e uma fiscalização mais rigorosa.
Também
participaram do debate a gerente de Assistência Farmacêutica da SMS, Bianca
Moreira; o coordenador do curso de Farmácia da Unifor, Expedito Regildo e o
diretor do Sindicato dos Farmacêuticos do Estado, Ielano Vasconcelos.
Fonte: Agência de
Notícias / Fotos: Marcos Moura
Nenhum comentário:
Postar um comentário