sexta-feira, 17 de maio de 2013

Deputada cobra concurso público

ENFERMEIROS


Mirian Sobreira afirma que as cooperativas não cumprem os direitos dos profissionais de enfermagem


A situação de trabalhos dos profissionais de enfermagem foi o tema levantado pela deputada Mirian Sobreira (PSB), em seu pronunciamento, ontem, na Assembleia Legislativa. Segundo disse, é urgente a realização de concurso público para a categoria, além de ter reclamado da situação em que se encontram os enfermeiros "reféns" de cooperativas que brigam pela exclusividade de taxas de administração.

De acordo com a parlamentar, tais cooperativas não se preocupam com os interesses de seus cooperados, o que resulta também na queda de qualidade de serviços. Dentre as cobranças dos técnicos em enfermagem, estão a redução da jornada de trabalho para 30 horas pelo Congresso Nacional; a fixação do piso salarial da categoria; realização de concurso público para o preenchimento de cargos públicos existentes; e o fim da discriminação na ocupação de cargos de direção.

Jornada

Mirian Sobreira lembrou que a cooperativa que ganhou a licitação para administrar o setor por até um ano está responsável pela administração de R$ 66 milhões. No caso da redução da jornada de trabalho, a pessebista salientou que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que determina tal mudança está tramitando há mais de 10 anos no Congresso, e os parlamentares pouca importância têm dado ao tema.

Para ela, isso se motiva porque unidades de saúde particulares, assim como lideranças políticas, acreditam que a medida irá aumentar a despesa das instituições públicas e reduzir lucros de hospitais privados. Segundo a pessebista, a PEC foi apresentada em 2000 e, mesmo passando por todas as comissões necessárias e recebendo parecer favorável dos colegiados, voltou à discussão no dia 9 de abril. "Hoje só encontramos enfermeiros recebendo muito abaixo do que deveria. Eu não acho que seja injusto o juiz ganhar o que tem, eu só acho que temos que receber melhor", afirmou a parlamentar.

Ela acrescentou que o sistema de terceirização da profissão é "uma escravidão". "Em nenhum momento essas cooperativas são vistas brigando por melhores condições financeiras e de trabalho para os profissionais", criticou ela, ressaltando que não se sente representada pela direção de tais cooperativas.

"Nosso protesto é porque não aceitamos contratação como está sendo feita. Isso fica de mensagem. Se não conseguirmos essas mudanças, vamos organizar uma paralisação nacional. Isso para que os profissionais da enfermagem sejam respeitados", reclamou.

Salários

Conforme informou, os baixos salários pagos para os enfermeiros obrigam tais profissionais a terem até três empregos devido ao ritmo de trabalho que acaba por provocar erros que, em muitos casos, levam pacientes à morte. "Os erros vão continuar enquanto os salários aviltantes obrigarem todos a correr de um lado para outro para ter o mínimo para a sobrevivência", disse a deputada. Segundo ela, o fato de a categoria ser composta, em sua maioria, por mulheres contribui para a discriminação quando vão ser preenchidos os cargos de direção. "Há casos em que a enfermeira que foi aprovada em seleção dá a vez para o segundo, porque esse é médico".

"A enfermagem é a arte do cuidar. É a ciência cuja essência é a assistência e o cuidado do ser humano. Cuida de modo integral, desenvolvendo a promoção, a proteção, a prevenção, a reabilitação e a recuperação da saúde. Não existe patrimônio maior que a saúde", ressaltou.

Fonte: Diário do Nordeste (17/05) / Foto: Maximo Moura

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