quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Mirian Sobreira aponta necessidade de criação de política de amparo e cuidado à mulher em uso abusivo de álcool

As estatísticas mostram que a população feminina nunca bebeu tanto, nem começou a beber tão cedo. Estudos apontam que o número de mulheres que bebem aumentou drasticamente nas últimas décadas. Como se tem visto, o alcoolismo não é mais uma questão exclusiva dos homens. “A problemática chama a atenção de especialistas, mas, infelizmente, não provoca, ainda, a mobilização da sociedade”, declara a deputada Mirian Sobreira.

Por essa razão a parlamentar pensou no projeto de lei, que tramita na Assembleia Legislativa, que dispõe sobre a criação de uma política de amparo e cuidados à mulher em uso abusivo de álcool. “Muitas vezes, a bebida provoca uma falsa ilusão que seduz, afasta a solidão, dilui o stress e até encoraja. No início, pode parecer diversão e demonstração de independência. Algumas bebem para ficar desinibidas e, consequentemente, se relacionar melhor. A autoestima cresce na mesma medida com que o teor etílico sobe no sangue. Muitas vezes o que difere de um caso para o outro é a maneira como cada mulher descobre que virou alcoólatra e o tempo que demora para pedir ajuda”, lembra a deputada.

Atualmente o alcoolismo é cada vez mais frequente entre a população feminina. O empoderamento feminino no mundo atual, como a inserção no mercado de trabalho e o fato de que mais mulheres se tornaram chefes de família contribuiu para a busca da bebida como alívio para o stress e a pressão do cotidiano. De acordo com Mirian, excessivamente cobradas, elas sentem que não podem fracassar e, muitas, escolhem, equivocadamente, o álcool como uma válvula de escape. “Vende-se a ideia de que temos de fazer tudo igual aos homens, inclusive beber. Porém, o abuso do álcool se mostra mais nocivo em mulheres por variações na absorção, já que temos, geralmente, menos massa corpórea e enzimas no fígado para metabolizar a substância. Por essas razões, elas ficam embriagadas com doses mais baixas e progridem mais rapidamente para o alcoolismo crônico e suas complicações médicas”, enfatiza a parlamentar. 

Mirian Sobreira alerta para a gravidade deste problema social e de saúde. Lembra também que o fato é ainda mais preocupante porque, inúmeras vezes, essas mulheres alcoólatras são as únicas responsáveis pela criação dos filhos, sem a ajuda dos companheiros e, fato que, evidentemente, agrava o problema. Além disso, com a vida social mais cheia de opções, as oportunidades de beber também se ampliam. Executivas estão sempre em reuniões, jantares e almoços de negócios onde a oferta de álcool é farta. Happy hours são rotina entre colegas de trabalho e estudantes. As festas, que atraem as mais jovens, e os bares que abrem nos arredores das escolas e universidades contribuem. “Assim, entendemos que esta preocupação deve abranger políticas públicas desenvolvidas pelo Estado, reconhecendo o uso abusivo do álcool como um sério problema e a necessidade de medidas de prevenção e cuidado, finaliza Mirian.

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