A
aplicação do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos, o Revalida, em
profissionais estrangeiros que pretendem exercer a profissão no Brasil foi
discutida em audiência pública, na tarde de ontem (13/05), no
Complexo de Comissões Técnicas da Assembleia Legislativa.
A
deputada Mirian Sobreira (PSB), que solicitou o debate, pediu mais atenção e
valorização dos profissionais de medicina do Brasil, além de exigir a aplicação
do exame a médicos de outras nacionalidades.
Segundo
a deputada, uma decisão da presidente, Dilma Rousseff, pode liberar a entrada
de cerca de seis mil médicos, entre cubanos, espanhóis e portugueses, para
suprir a carência no País. Além de exercer a Medicina sem o Revalida, esses
profissionais só poderão atuar em cidades do interior e na periferia. “Essa
decisão nos fez questionar a capacidade desses médicos. É como se a vida das
pessoas mais humildes não valesse. O objetivo é exigir das autoridades que
esses profissionais respeitem a legislação brasileira, passando pela avaliação
do Ministério da Saúde”, observou.
O
presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, doutor José Maria Pontes, afirmou
que o problema não é a ausência de médicos, mas sim a falta de estrutura, apoio
dos governantes e direitos trabalhistas dignos para que esses profissionais
possam exercer a Medicina. “Atualmente o Brasil possui quase 400 mil médicos. O
problema não é ausência de profissionais e sim a falta de valorização”,
explicou.
José
Maria também informou que o sindicato possui 137 ações de médicos contra
prefeituras de cidades do Ceará. “Esses profissionais saem para trabalhar no
interior e os gestores atrasam salários, não pagam horas extras, entre outros
direitos. Caso essa situação continue, não vai existir médico para suprir as
necessidades dos municípios.”
O presidente da Associação Médica Brasileira, Florentino Cardoso, afirmou que o objetivo do Governo Federal é desviar o foco da atual crise da saúde pública no Brasil. “O que vai acontecer é a chegada de profissionais que não sabemos se possuem capacidade para desenvolver o trabalho”, disse.
O
representante do Conselho de Medicina do Estado, Dalgimar Bezerra de Menezes,
afirmou que não é contra a medida. “O que está sendo questionado é a capacidade
para desenvolver a profissão. Queremos apenas que a lei seja cumprida. Se eles
são bons, então têm capacidade de passar no Revalida e, assim, atender a
população brasileira”, pontuou.
Participaram
do encontro ainda os deputados Heitor Férrer (PDT), Carlomano Marques (PMDB),
Dra. Silvana (PMDB), além do presidente da Comissão de Saúde da OAB, Ricardo
César, e o representante do curso de Medicina da Universidade Estadual do Ceará
(Uece), Vinícius Madeira.
Fonte: Agência de
Notícias da Assembleia / Foto: Marcos Moura
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