A deputada Mirian Sobreira aguarda a aprovação de mensagem do Governo do
Estado que trata da reforma administrativa para iniciar os trabalhos na futura
Secretaria de Política sobre Drogas. Nos meses de janeiro e fevereiro, a
parlamentar se dividiu entre Legislativos e as incursões feitas para assumir a
nova pasta. Segundo ela, a prioridade é desenvolver pesquisas com institutos
parceiros para mapear usuários de drogas no Ceará.
Para Sobreira, é preciso, inicialmente, fortalecer o Centro de
Referência sobre Drogas (CRD), inaugurado no ano passado pelo ex-governador Cid
Gomes. A nova secretaria, destaca, estará ligada à pasta da Segurança Pública
por conta da relação entre a violência e o tráfico de drogas. A futura
secretária diz ser necessário além de um plano emergencial, outro de médio e longo prazo.
"Precisamos ter ações definidas. O CRD, por exemplo, precisa ser mais
eficiente para dar uma maior resposta à sociedade sobre sua função",
disse.
De acordo com Mirian Sobreira, é necessário fortalecer o
observatório existente na CDR, para assim, definir os dados sobre drogas no Estado, a fim de identificar
usuários de entorpecentes. "A gente não sabe sequer quem são os usuários
de drogas no Ceará. Temos apenas uma pesquisa a nível nacional da Fiocruz (Fundação Oswaldo
Cruz), que abrange apenas alguns municípios cearenses, mas no Estado nada de dados epidemiológicos nem programas de
resultados", explicou.
A ideia, justifica, é trabalhar nos próximos anos para atingir a meta de
reduzir a violência e o consumo de drogas no Estado. No que diz respeito à
prevenção, a pasta vai contar com o apoio das secretarias de Educação e
Desenvolvimento Social, além da do Esporte. "Temos que envolver todos para
conquistarmos essa grande meta e expandir o projeto de discutir as drogas em
todas as escolas dos municípios".
Metas
São três as metas da secretaria a serem realizadas em parceria com
outras pastas: prevenção, tratamento e reintegração. No tratamento e
reintegração haverá diálogo com a Secretaria de Saúde, responsável por cuidar
dos dependentes químicos para, em seguida, reintegrá-los à sociedade.
"Essa é a parte difícil, porque você coloca a pessoa na comunidade
terapêutica e depois ela sai sem passar por um processo de reintegração",
disse.
A repressão caberá às secretarias de Segurança e Justiça. A curto prazo,
explica Sobreira, a intenção é que o CRD foque no acolhimento, pesquisa e busca
de parcerias com ONGs e outras pastas da gestão estadual. "A nossa
secretaria está relacionada com todas as outras quando se fala em capacitação,
reintegração e prevenção", explicou.
Ela informa que algumas das 22 comunidades terapêuticas conveniadas com
a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas já foram visitadas e estão sob
análise de parcerias. "Não podemos ser a única forma de acolhimento dos
usuários. É preciso, antes de tudo, aumentar os leitos de desintoxicação nos
hospitais pólos e psiquiátricos e por isso temos que trabalhar em parceria".
"Reintegrar um usuário no trabalho é muito difícil",
acrescenta, defendendo selos para empresas privadas que queiram trabalhar com
dependentes químicos em tratamento.
Fonte: Diário do Nordeste (23/02) / Foto: Érika Fonseca
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