segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Secretaria de Políticas sobre Drogas vai investir em pesquisas

A deputada Mirian Sobreira aguarda a aprovação de mensagem do Governo do Estado que trata da reforma administrativa para iniciar os trabalhos na futura Secretaria de Política sobre Drogas. Nos meses de janeiro e fevereiro, a parlamentar se dividiu entre Legislativos e as incursões feitas para assumir a nova pasta. Segundo ela, a prioridade é desenvolver pesquisas com institutos parceiros para mapear usuários de drogas no Ceará.

Para Sobreira, é preciso, inicialmente, fortalecer o Centro de Referência sobre Drogas (CRD), inaugurado no ano passado pelo ex-governador Cid Gomes. A nova secretaria, destaca, estará ligada à pasta da Segurança Pública por conta da relação entre a violência e o tráfico de drogas. A futura secretária diz ser necessário além de um plano emergencial, outro de médio e longo prazo. "Precisamos ter ações definidas. O CRD, por exemplo, precisa ser mais eficiente para dar uma maior resposta à sociedade sobre sua função", disse.

De acordo com Mirian Sobreira, é necessário fortalecer o observatório existente na CDR, para assim, definir os dados sobre drogas no Estado, a fim de identificar usuários de entorpecentes. "A gente não sabe sequer quem são os usuários de drogas no Ceará. Temos apenas uma pesquisa a nível nacional da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), que abrange apenas alguns municípios cearenses, mas no Estado nada de dados epidemiológicos nem programas de resultados", explicou.

A ideia, justifica, é trabalhar nos próximos anos para atingir a meta de reduzir a violência e o consumo de drogas no Estado. No que diz respeito à prevenção, a pasta vai contar com o apoio das secretarias de Educação e Desenvolvimento Social, além da do Esporte. "Temos que envolver todos para conquistarmos essa grande meta e expandir o projeto de discutir as drogas em todas as escolas dos municípios".

Metas

São três as metas da secretaria a serem realizadas em parceria com outras pastas: prevenção, tratamento e reintegração. No tratamento e reintegração haverá diálogo com a Secretaria de Saúde, responsável por cuidar dos dependentes químicos para, em seguida, reintegrá-los à sociedade. "Essa é a parte difícil, porque você coloca a pessoa na comunidade terapêutica e depois ela sai sem passar por um processo de reintegração", disse.

A repressão caberá às secretarias de Segurança e Justiça. A curto prazo, explica Sobreira, a intenção é que o CRD foque no acolhimento, pesquisa e busca de parcerias com ONGs e outras pastas da gestão estadual. "A nossa secretaria está relacionada com todas as outras quando se fala em capacitação, reintegração e prevenção", explicou.

Ela informa que algumas das 22 comunidades terapêuticas conveniadas com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas já foram visitadas e estão sob análise de parcerias. "Não podemos ser a única forma de acolhimento dos usuários. É preciso, antes de tudo, aumentar os leitos de desintoxicação nos hospitais pólos e psiquiátricos e por isso temos que trabalhar em parceria".

"Reintegrar um usuário no trabalho é muito difícil", acrescenta, defendendo selos para empresas privadas que queiram trabalhar com dependentes químicos em tratamento.


Fonte: Diário do Nordeste (23/02) / Foto: Érika Fonseca

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